sexta-feira, 29 de maio de 2009

Crítica do filme "A Mulher Invisível"



Imagine se você conhecesse a mulher perfeita. Agora, imagine se a mulher perfeita se apaixonasse por você. Imaginou? Mas e se a mulher perfeita fosse só a sua imaginação? Essa é a premissa de A Mulher Invisível, novo filme do diretor Cláudio Torres, também escrito por ele, e da Conspiração Filmes.

O filme é o terceiro longa metragem de Torres, seguindo Redentor e A Mulher do Meu Amigo, e é o esforço da produtora de fazer uma comédia das mais comerciais e, ainda, de qualidade. E eles conseguem. O resultado é obtido em grande parte pelo talento de Selton Mello que vive Pedro, o personagem pseudoesquizofrênico que vive um caso de amor com sua própria imaginação.

Após ser abandonado pela namorada que o traíra, Pedro embarca em uma depressão que parece sem fim, ele se tranca em seu apartamento e evita qualquer contato com o resto do mundo até que um dia, uma mulher perfeita aparece em sua porta. Amanda, a invisível Luana Piovani, apresenta-se como sua vizinha e os dois quase que imediatamente se apaixonam. A partir daí, os dois vivem um rápido caso de amor que resulta em noivado.

Isso, até que o melhor amigo de Pedro, Vladimir Brichta, Carlos fica preocupado com o amigo e descobre que ele está se envolvendo com uma mulher que não existe. Após ser convencido por Carlos de que Amanda é apenas fruto de sua imaginação, Pedro começa a tentar esquecê-la e ignorá-la. O que se torna mais difícil, pois a insistente Amanda reconhece que se for esquecida por Pedro, ela deixa de existir.

Paralelamente a isso tudo, a vizinha de Pedro, Vitória, vivida por Maria Manoella, vive um caso de amor platônico por Pedro através da parede que separa a sala dele da cozinha dela. E mais tarde, ela vira motivo de disputa entre Pedro e Carlos.

O filme é feito de maneira bastante eficiente, não apresenta nada de inovador ou brilhante, mas essa também não é sua proposta. Trata-se da versão tupiniquim do melhor cinema pipoca. O filme é bastante divertido e garante boas risadas, principalmente causadas por Selton Mello que representa como ninguém o papel do patético Pedro, e por Vladimir Brichta que também não perde o ritmo como o melhor amigo mulherengo.

Vale a pena conferir e dar aquela força ao cinema nacional.

A Mulher Invisível estréia no dia cinco de junho nos cinemas.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Festival de Cannes 2009



Não deu nem para os bastardos de Quentin Tarantino e nem para o anticristo de Lars Von Trier, a Palme D’Or, o mais importante prêmio do cinema mundial foi para o filme Das Weisse Band (“A Fita Branca”), do diretor austríaco Michael Haneke.

O filme de Haneke, um longa metragem em preto e branco, se passa em um pequeno vilarejo alemão pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Lá, acontecimentos sinistros envolvendo crianças vivendo num ambiente repressor de hipocrisia religiosa e abusos sexuais analisa a geração que mais tarde viria a criar o Nazismo no país.

A premiação de Das Weisse Band já era esperada, desde que o filme ganhou o Prêmio da Crítica Internacional. O francês Un Prophète (“Um Profeta”) ganhou o Gran Prix, e o Prêmio do Júri foi dividido entre Fish Tank, da britânica Andrea Arnold, e Thirst, do sul coreano Park Chan-Wook. O cineasta francês Alain Resnais recebeu um prêmio pelo conjunto de sua obra.

Já os comentados Bastardos Inglórios, de Tarantino, e Anticristo, de Lars Von Trier, ganharam respectivamente os prêmios de Melhor Ator, para Christoph Waltz, e Melhor Atriz, para Charlotte Gainsbourg. E a grande surpresa foi o prêmio de Melhor Diretor para o filipino Brilhante Mendoza pelo filme Kinatay.

O Brasil competia na mostra “Um Certo Olhar”, mas saiu da Riviera sem prêmios.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Crítica do filme "Star Trek"





Eu não cresci um fã de Jornada nas Estrelas. Muito pelo contrário, cedo na minha vida eu assisti Guerra nas Estrelas e logo virei devoto Jedi. Tenho lembranças felizes da minha infância, meu pai imitando a voz do Darth Vader para mim e eu rindo. Assim, crescendo fã da maior trilogia da história, sempre mantive um certo sentimento de rivalidade com Jornada nas Estrelas e com seus trekkies (fã do seriado original).

Eu sempre achei que Jornada nas Estrelas tinha, de fato, uma mitologia bastante interessante, mas a pobreza visual do seriado de televisão e filmes que me pareciam muito ligados à mesma, mantiveram-me afastado. O novo filme, dirigido por J.J. Abrams, com certeza não sofre de pobreza visual ou qualquer outro tipo de pobreza. Pelo contrário, o filme do criador das séries de TV, Felicity, Alias, Lost e Fringe, é muito rico e esbanja nos efeitos visuais de última geração.

Apesar do imenso sucesso na TV, J.J. Abrams ainda é iniciante como diretor de cinema, esse é apenas o segundo filme dele, que anteriormente dirigiu o Missão: Impossível 3. Mas, como em suas séries de TV, o diretor foi audacioso. Ele resolveu que o filme reiniciaria a franquia com os personagens originais. Personagens esses que são venerados e adorados por milhares dos fãs, talvez, mais ardorosos do mundo.

Abrams sempre disse em entrevistas e para os fãs que não havia crescido como um fã da série, mas pelo contrário, era fã de Guerra das Estrelas. Talvez, por esse motivo ele tenha conseguido mexer com a mitologia fundamental da série, o chamado cânone, e feito um filme tão grandioso quanto os da sagrada trilogia.

Então, vamos ao comentário. Star Trek é o Batman Begins do universo de Jornada nas Estrelas, o filme conta a história da formação da equipe clássica que levará a U.S.S. Enterprise para onde nenhum homem foi antes. A história começa focando na dicotomia entre James T. Kirk, o galã Chris Pine, e Sr. Spock, Zachary Quinto. Abrams usou uma teoria de viagem no tempo, digna de sua série Lost, para explicar que a viagem no tempo do vilão Nero, o romulano vivido por Eric Bana, e Sr. Spock do futuro, matando a saudade do vulcano original Leonard Nimoy, altera toda a história do universo, criando assim uma nova franquia que pode se diferenciar do seriado da televisão.

Enquanto Jim Kirk é um terráqueo corajoso, mas arrogante, que se alista na última hora como cadete da federação. Vemos no inicio do filme que o pai de Kirk, foi um oficial da federação que virou herói. Já Spock vive uma eterna procura por sua identidade, por ser meio humano e meio vulcano, uma raça superior que tem a lógica como maior atributo e renega a emoção.

Durante o filme os cadetes são obrigados a assumir postos de batalha, o que leva Kirk, Spock, e os personagens clássicos, “Magro” McCoy, Uhura, Sulu, Scotty, Chekov (sim, estão todos lá!), para dentro da Enterprise em sua primeira missão. O que segue é o que se pode esperar de qualquer Jornada nas Estrelas, assim como de quase todo filme de ação e ficção científica, muita ação, aventura, com bastante do humor característico da série.

Todos os atores estão muito bem nos papéis que interpretam. Eles o fazem com um misto de imitação e muito talento. Me pareceu que estavam interpretando aqueles personagens não imitando os atores que os tinham feito anteriormente, mas como quem interpreta figuras históricas bastante conhecidas. E é assim que deveria ser. Do elenco, destacam-se o australiano Karl Urban, como o médico e melhor amigo do capitão Kirk, Leonard “Magro” McCoy, e Quinto, o Sylar da série “Heroes”, como o novo Sr. Spock.

No fim das contas, o filme é bastante divertido e traz, finalmente, uma roupagem e investimento dignos à mitologia da série. A única coisa que realmente me incomodou no filme foi a fotografia. Todas as luzes refletiam nas lentes da câmera. Ao ponto de me convencer que o diretor de fotografia, Daniel Mindel, usou isso como artifício narrativo. Mas isso é feio! É uma falha de câmera. Usar algumas poucas vezes durante o filme para dar uma impressão de realidade é compreensível, mas em praticamente todo plano foi demais para o meu gosto. Até nas tomadas do espaço, criadas por computador, sem luz real, eles se deram ao trabalho de criar, no computador, reflexos na lente.

Outra crítica que eu tenho é sobre o nome. Essa onda dos grandes estúdios de quererem criar franquias globalmente reconhecidas pelo mesmo nome, assim, Guerra nas Estrelas virou Star Wars, Super-Homem retornou como Superman e agora o bom e velho Jornada nas Estrelas enrolou a língua e veio como Star Trek. Coisas de marketeiros... vai entender.

Star Trek estreou na última sexta-feira e está em cartaz em quase todos os cinemas.

Vida longa e próspera!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Medicina da Mata"



Começamos hoje a editar o meu curta "Medicina da Mata" (título provisório)! O documentário fala sobre feirantes de Petrópolis que comercializam ervas medicinais nas feiras livres da cidade.

O filme conta também com a participação da bióloga Fernanda Leitão dos Santos.

As filmagens foram ótimas e o filme vai ficar lindo! Quero deixar meus agradecimentos para Fernanda, os feirantes seu Orlando, seu Manoel, dona Marta, Rosângela e seu Alcino, e, claro, para minha equipe FANTÁSTICA, Ricardo e Renata.

A luta continua!

Deixo um clipe produzido e editado pela Renata com algumas imagens do making of.