terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os 10 Melhores Filmes de 2008



10. Sinédoque, Nova Iorque (Synedoch, NY) dir.: Charlie Kaufman

Como eu já escrevi uma crítica desse filme aqui no blog, não vou novamente entrar em detalhes. Basta dizer que o filme, que marca a estréia na direção do aclamado roteirista, mostra que o talento de Kaufman vai muito além das páginas de seus roteiros. As escolhas de elenco e narrativa visual do diretor foram perfeitas para contar essa estranha e bela estória sobre como as pessoas se apegam nos menores detalhes da vida em busca de algo maior. É um filme que deve ser visto e re-visto, por mais que o grande público possa achá-lo difícil.

9. Não Estou Lá (I’m Not There) dir.: Todd Haynes

Como fazer uma biografia de um homem que já mudou tanto sua história? Chame Todd Haynes! Para contar a(s) história(s) de Bob Dylan, Haynes usou diferentes atores para viver diferentes personagens que representassem as diferentes facetas do ícone do folk. Seja como o velho caubói interpretado por Richard Gere, o perturbado cantor que vira pastor vivido por Christian Bale, o ator mulherengo vivido por Heath Ledger, ou o famoso cantor brilhantemente interpretado por Cate Blanchet. Todos os seis atores em suas histórias viviam aspectos da(s) personalidade(s) de Bob Dylan. Haynes, que também foi um dos roteiristas, orquestrou as diferentes estórias de maneira que todas tivessem um estilo narrativo próprio e particular, e ao mesmo tempo em que acrescentassem uma a outra. É refrescante ver um filme que se arrisca inovar a maneira de narrar.

8. Um Homem Bom (Good) dir.: Vicente Amorim

Este foi o último filme a entrar na lista, mas sem dúvida merecedor de fazer parte dela. O primeiro longa-metragem de ficção internacional do diretor brasileiro Vicente Amorim é um belíssimo filme que fala sobre como a apatia humana pode ser tão ruim quanto a culpa. O filme conta a história de um professor universitário da Alemanha pré-Segunda Guerra que mesmo não querendo acaba se envolvendo com o partido nazista e se entrando para a SS, embora seja completamente contra toda a ideologia nazista, sendo seu melhor amigo um judeu. Viggo Mortensen, mais conhecido como Aragorn, e Jason Isaacs, Lucius Malfoy dos filmes do Harry Potter, estão em seu auge nesse maravilhoso filme. A direção de Amorim também não deixa nada a desejar, por mais que o filme tenha um passo lento, em nenhum momento o filme parece longo ou devagar demais. É revigorante ver um tema já tão usado no cinema ser usado de maneira tão nova e fresca. É um filme lindo sobre amizade, apatia, fraqueza e sobre como o terceiro reich se firmou na Alemanha e conquistou todo o apoio científico e acadêmico.

7. Estômago dir.: Marcos Jorge

Sem dúvida, O MELHOR FILME BRASILEIRO DE 2008! Infelizmente, não teve o melhor marketing, e vivemos em tempos em que marketing é tudo. O primeiro longa de ficção do diretor Marcos Jorge se diferenciou dos demais filmes nacionais por explorar uma alternativa narrativa raramente usada no cinema brasileiro (na verdade, nem consigo lembrar outra vez que tenha sido usada). O filme conta a estória de Nonato, vivido por João Miguel, um nordestino que vai para São Paulo, aprende a cozinhar, se apaixona e acaba preso. O filme narra paralelamente a chegada de Nonato à cidade de São Paulo e sua vida na cidade e a estória de Nonato tentando sobreviver na prisão. O filme é cheio de reviravoltas e comentários inteligentes, um roteiro surpreendentemente bem trabalhado e uma direção que realça a qualidade do roteiro e das magníficas interpretações de Miguel e de Babú Santana, no papel do “dono” do presídio. Como disse antes, infelizmente, faltou marketing, o filme teve pouco menos que noventa mil espectadores e não foi a seleção do Brasil para concorrer ao Oscar, mas assista e decida, eu continuo dizendo que foi o melhor do Brasil no ano que passou.

6. Queime Depois de Ler (Burn After Reading) dir.: Ethan Coen e Joel Coen

Sinceramente, eu não acho que os irmãos Coen possam fazer qualquer coisa errada, eles já conquistaram público, crítica e colegas com suas comédias e com seus “filmes sérios”. Esse ano, eles ganharam o Oscar de melhor filme, direção e roteiro adaptado por “Onde os Fracos Não Tem Vez”. Mas pessoalmente, eu sempre preferi suas comédias, como “Fargo”, “Arizona Nunca Mais”, “O Grande Lebowsky”, “E aí, Meu Irmão, Cadê Você?” e, agora, “Queime Depois de Ler” são perfeitos exemplos do porquê. Uma comédia de humor negro sobre espionagem, chantagem, traição, assassinato e um Brad Pitt dançante. Imperdível e impagável! Além de Pitt, o filme conta com George Clooney, John Malkovich, Frances McDormand e J.K. Simmons fazendo o que fazem de melhor, se divertindo e mostrando seu melhor. Não deixe de assistir.

5. Na Mira do Chefe (In Bruges) dir.: Martin McDonagh

Outra comédia de humor negro. Apesar do título mal traduzido em Português, “Na Mira do Chefe” foi uma das melhores surpresas do ano. O primeiro longa-metragem de Martin McDonagh é uma clássica comédia inglesa, o filme conta a estória de dois assassinos profissionais que são mandados para a cidade de Bruges na Bélgica depois de um trabalho em que algo deu errado. Esse é o melhor que eu já vi do ator Colin Farrell, que superou até sua brilhante interpretação de “O Sonho de Cassandra”, e espero vê-lo fazendo mais dessas comédias e menos dos filmes explosivos e cansativos de ação que ele insiste em fazer. Apoiado pelos brilhantes Brendan Gleeson e Ralph Fiennes, Farrell faz o papel de um assassino calouro que não consegue evitar entrar em problemas em qualquer lugar que vá e mal sabe o destino que o aguarda. Inclua as lindas paisagens medievais de Bruges, piadas sobre americanos gordos, piadas sobre drogas, piadas sobre etiqueta de assassinos e um anão drogado e racista e não tem como o filme ser ruim. Procurem! Achem! Assistam!

4. O Banheiro do Papa (El Baño Del Papa) dir.: César Charlone e Enrique Fernández

Um dos filmes mais bonitos e marcantes do ano é esse pequeno conto que se passa em um pequeno vilarejo no Uruguai, próximo à fronteira com o Brasil, onde vive o sacoleiro Beto com sua esposa e filha. Beto pedala sua bicicleta até o Brasil diariamente para trocar suas mercadorias por outros bens em uma vila brasileira. Mas tudo muda quando os moradores da pequena Melo ficam sabendo que o Papa irá visitar a cidade. O filme é uma grande metáfora sobre como as pessoa muitas vezes põe todas suas esperanças na fé, esta representada pela visita do pontífice. Todos os moradores da cidade esperam lucrar e sair da miséria graças aos turistas, em sua maioria brasileiros, que viriam à cidade ver o Papa. Os uruguaios montam comércio, diversas barracas de comida e enfeitam as ruas, mas Beto tem uma idéia diferente, ele resolve construir um banheiro público no quintal de sua casa. Além da esperança na fé, o filme discursa sobre a família, sobre oportunidades perdidas e reaproveitadas, e sobre a força e a coragem dessas pessoas pobres e anônimas. O filme é uma lição.

3. WALL-E dir.: Andrew Stanton

Andrew Stanton já nos deu novos clássicos como “Toy Story” e “Procurando Nemo”, e com certeza não decepcionou com “WALL-E”, talvez o melhor deles. A estória do solitário robô compactador que se apaixona por uma moderna robô exploradora, encanta ao mesmo tempo em que alerta. A animação é talvez um dos filmes mais adultos e comovente do ano. Com certeza um novo clássico de Stanton, cenas como a dança dos robôs no espaço e a montagem de Wall-E “namorando” uma EVE adormecida ficam na memória. Um filme lindo que emociona toda família, vale a pena ser visto, re-visto, comprado, dado de presente, não tem erro! Não há quem não esboce um sorriso quando Wall-E começa a tocar sua música romântica para tentar criar um clima com a robô EVE. Esse ano, uma animação foi o filme que melhor nos atingiu para pensarmos na direção que estamos tomando como seres humanos.

2. Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) dir.: Christopher Nolan

Esse ano, a palavra da vez no cinema foi “super-herói”! Filmes como “Hancock”, “Homem-de-Ferro”, “O Incrível Hulk” e o próprio novo filme do homem morcego, foram algumas das maiores bilheterias mundiais, o último chegando quase a alcançar o intocável “Titanic”. E não só o retorno financeiro, mas vemos uma nova maneira de tratar o tema, aceitando-o não só como um filme de criança ou um mero blockbuster sem cérebro, mas filmes sérios e bem pensados. O segundo capítulo da estória do Batman, sobre o olhar de Christopher Nolan, contou com um realismo nunca antes visto nesse tipo de filmes. Não estou tentando argumentar que um Batman seja possível, ou um Coringa, mas SE eles fossem reais, eles seriam como os representados pela visão de Nolan. Além do realismo quase italiano do filme, vale chamar atenção para as sublimes interpretações dos atores, Bale retorna como Batman, e ele É o Batman, e a adição de Aaron Eckhart e Heath Ledger trazendo um espírito novo aos antes bi-dimensionais Duas-Caras e Coringa. No elenco de apoio, mais uma vez vemos Michael Caine e Gary Oldman enchendo de vida personagens que antes apenas figuravam nos filmes do morcegão. Se tem algo que não gostei em “Batman Begins” foi a escolha da Sra. Tom Cruise, Kate Holmes, e sua sofrível atuação como a mulher na vida de Bruce Wayne, mas isso foi concertado! Embora a personagem continue fraca, ela é vivida de maneira muito mais real pela ótima Maggie Gyllenhaal. Com certeza o melhor filme do Batman já feito, o melhor filme de super-herói, um dos melhores filmes de ação policial e, na minha opinião, o segundo melhor filme do ano!

1. Sangue Negro (There Will Be Blood) dir.: Paul Thomas Anderson

Baseado no romance “Oil!”, o mais recente filme do diretor de “Boogie Nights” e de “Magnólia” conta a história dos primeiros magnatas do petróleo dos Estados Unidos. Embora o filme tenha sido lançado nos EUA em 2007, e já tenha concorrido e ganho alguns Oscars, ele só foi lançado no Brasil no início de 2008. O filme traz Daniel Day-Lewis em seu melhor papel talvez desde “Meu Pé Esquerdo”, o ambicioso petroleiro Daniel Plainview em sua jornada para se tornar o maior petroleiro do país. Ao lado de seu filho adotivo, H.W., Plainview compra terras, desenvolve tecnologias, disputa poder com um jovem pastor, brilhantemente vivido por Paul Dano. A fotografia do filme é impecável, assim como a direção de Anderson e a atuação de todo elenco de apoio. É um filme que não falha. Uma história forte contada de maneira poética e sóbria, esse é um filme que deve ser assistido não só pela beleza da obra, mas também por sua importância histórica e política que nos ajuda a entender há quanto tempo as disputas sobre o petróleo permeiam nossa vida e como podemos entender o porquê do petróleo ser chamado de “ouro negro”. Sem dúvida “Sangue Negro” é ouro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ócio criativo - GuDE

Um mês desde o meu último post. Vou tentar escrever com mais frequência para os meus leitores imaginários.

Enquanto isso, aqui vai algo que produzi aqui em casa. Fruto do ócio criativo.

"GuDE" é um curta-metragem experimental, e também uma homenagem aos filmes de faroeste, especialmente a vasta obra de Sérgio Leone. As músicas são composições de Ennio Morricone para os filmes de Leone.

Então, aqui está, "GuDE".

domingo, 26 de outubro de 2008

Quadro "Cebola e Maki"

No próximo dia 8, meu grande amigo Felipe Leiria, vulgo Cebola, se casará com sua namorada de muito tempo, Makiko. Então, pintei um quadro para dar de presente a eles. E enquanto pintava, orava pedindo por muita felicidade para os dois.

Cebola e Maki, espero que sejam muito felizes!

E aqui está o quadro.

sábado, 4 de outubro de 2008

A morte segundo Charlie Kaufman

Após nos mostrar o que se passa na mente do ator John Malkovich, se adaptar em uma personagem, nos levar para passear pelo lado selvagem de nossa natureza, e expor uma mente sem lembranças, o roteirista Charlie Kaufman faz sua estréia como diretor com o filme “Sinédoque, Nova Iorque”.

“Sinédoque, Nova Iorque” foi o primeiro filme que eu assisti da corrente edição do Festival do Rio, e, como não é de se estranhar para alguém que conheça a obra de Kaufman, o filme é bastante estranho. O filme é uma análise da relação do ser humano com a morte. Uma relação de certeza do que vem e ainda assim de lutar contra. Parafraseando o próprio Kaufman em uma das falas do filme, eu vou morrer, e você também vai. Nós todos vamos morrer, mas ainda assim fingimos que isso não acontecerá.

Sinédoque é a relação de compreensão de se tomar a parte pelo todo ou o todo pela parte, e é exatamente isso que as personagens do filme fazem. Confundindo o que é real pelo fictício e pelo criado, agarrando as pequenas coisas como fundamentais na luta para se agarrar ao que eles não querem perder, a vida.

Charlie Kaufman já se firmou como um dos maiores roteiristas do cinema contemporâneo justamente pela habilidade de contar histórias complicadas de uma maneira não ortodoxa, em relação ao grande cinema hollywoodiano, então não vou me alongar defendendo o roteiro do filme em questão. O filme não é fácil de ser entendido, e nem deve ser já que seu objeto não o é. Porém o estranho humor do autor está sempre presente e os diálogos são brilhantes.

Phillip Seymore Hoffman é brilhante como o protagonista, um diretor teatral que apesar do sucesso profissional assume o estigma de fracassado. Hoffman, que nunca decepciona e só se torna mais interessante com o passar do filme, é ainda cercado por um elenco de apoio fenomenal com grandes interpretações principalmente das atrizes que vivem as mulheres ao redor do diretor.

A direção de Kaufman não revoluciona como seus roteiros, mas também não falha. É uma direção honesta que complementa bem a história. No final, um bom filme que, assim como a obra do roteirista Kaufman, vale a pena ser assistido algumas vezes para que se perceba suas pequenas observações.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Crítica do filme APENAS UMA VEZ

A grande surpresa do ano passado e, em minha opinião, um dos melhores filmes do ano, foi um filme independente irlandês do cineasta John Carney. A proposta é um musical diferente do que o público entende como musical e ainda um romance.

Filmado em vídeo digital com um baixo orçamento, o filme conta a história de um talentoso músico de rua de Dublin, que teve seu coração partido, conhece uma imigrante tcheca que também é uma talentosa música. Ao longo do filme, a amizade dos dois se desenvolve em um romance platônico e em uma parceria musical.

É raro no cinema ver um romance tão sincero quanto o roteirizado por Carney, os personagens, sem nome e creditados apenas como “guy” e “girl”, são pessoas reais e tangíveis que lutam para viver dignamente e tentar realizar seus sonhos. Esse não é um musical onde as personagens conversam com canções, é um musical onde as músicas são apenas músicas, cantadas por personagens que são músicos e se expressam melhor em forma de músicas, sejam cantadas na rua, numa loja de instrumentos musicais, em uma festa, em um estúdio ou no fundo de um ônibus.

As músicas em questão foram compostas e são interpretadas pelo, também irlandês, Glen Hansard e pelo prodígio musical tcheco Marketa Irglova, ambos músicos e atores de primeira viagem, que desenvolvem seus papéis com uma tremenda honestidade e sem a menor pretensão. E essa é a única maneira de como esses personagens poderiam ser interpretados. E a música do filme é excelente, garantindo a Hansard e Irglova o Oscar de melhor música, mesmo competindo com grandiosos musicais da Disney.

O filme é imperdível, um musical sincero e de um realismo invejável que mostra as possibilidades de se contar histórias sinceras e criativas de maneira econômica com os novos meios digitais.

ELEVADOR

Curta realizado em apenas 6 horas no primeiro semestre de 2008 na Universidade Estácio de Sá.

Eu escrevi o roteiro final, e fiquei muito feliz com o resultado.

Crítica do filme VIAGEM À DARJEELING

Viagem a Darjeeling foi o ultimo filme lançado pelo cineasta cult Wes Anderson. O filme estrela Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman como três irmãos que cruzam a Índia. Assim como em seus filmes anteriores, a atenção à arte, os peculiares movimentos de câmera e enquadramentos, e as músicas muito bem escolhidas marcam a obra.

O roteiro, assinado por Anderson, Schwartzman e Roman Coppola, conta a história de três irmãos que não se falam desde o funeral de seu pai, um ano antes, e que decidem cruzar a Índia em uma viagem espiritual. A idéia da viagem é de Francis, Wilson, o irmão mais velho que secretamente guia os irmão ao encontro de sua mãe desaparecida que vive como uma freira em um convento indiano. Os irmãos ainda carregam consigo uma valiosa coleção de onze malas que pertenciam ao seu falecido pai, e uma variedade de medicamentos.

A interpretação desbotada do elenco principal é perfeita para o estilo de direção e fotografia do filme, e brilhantemente complementada pelo elenco de apoio que conta com excelentes atores indianos e americanos, incluindo Anjelica Huston no papel da mãe e uma participação especial de Bill Murray, e a participação de moradores não-atores da região.

Por trás do humor característico das produções do cineasta, Viagem a Darjeeling, conta uma comovente história familiar que satiriza a relação fraternal. Qualquer pessoa que tenha irmãos pode se identificar com características e diálogos do filme, por mais absurdos que sejam.

domingo, 21 de setembro de 2008

KILL MY MOM

Trailer do curta "Kill My Mom" que eu dirigi e escrevi ano passado na California, e que participou do Palm Springs International Short Film Festival/Film Market.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Crítica do filme NOME PRÓPRIO

O filme de Murilo Salles estrela Leandra Leal no papel de Camila Lopes, uma blogger brasiliense que vive em São Paulo. O filme, baseado no blog e livro de Clarah Averbuck, segue as desventuras amorosas de Camila atrás de um lugar para morar e de um amor.

Leandra Leal está completamente imersa no papel e dá a melhor interpretação de sua carreira até agora. Por mais reconhecível que seja a atriz, na tela ela é Camila. E a direção de Murilo Salles é perfeita, conseguindo utilizar o blog como parte integral do filme envolvendo a personagem em suas próprias palavras e intensificando sua solidão.

Outro aspecto importante da obra é o fato dela ter sido gravada toda em digital e com um orçamento bem mais baixo do que os outros filmes nacionais que participam do circuito comercial. Em um país de recursos limitados, é muito importante que filmes como esse sejam feitos.

Porém o filme está longe de ser perfeito. Por melhores que sejam os textos de Clarah Averbuck, é preciso mais do que isso para se fazer um bom roteiro. Não existe uma história concisa.

A história vai seguindo um rumo bastante superficial até que, quase no final do segundo ato, ela se apaixona por um homem que é muito brevemente citado anteriormente no filme. A relação não se aprofunda, mas o impacto que tem na personagem é significativo. O que demonstra a falta de profundidade da própria Camila. Ela também não aprende nada durante todo o filme, e não se redime em momento algum, assim é muito difícil para o público geral se identificar e/ou se importar com o destino dela.

Finalmente, "Nome Próprio" é um filme que pretende ter a profundidade de um oceano, mas não passa de uma poça.

Vamos começar do começo.

Um novo blog.

Não o primeiro, mas um novo. Meu primeiro blog, durou pouco mais de um ano. De Junho de 2006 a Setembro de 2007.

Mas, depois de todo esse tempo, como começar um novo blog? Pensei em postar as mensagens do blog antigo traduzidas, já que ele foi feito quando eu morava nos EUA e era em inglês. Não! Essas mensagens já não correspondem a quem eu sou agora.

Para melhor ou para pior, já não sou mais eu.

Mas quem seria eu agora? Quem eu sou? Essa é uma pergunta que eu já há algum tempo desisti de responder. Digo apenas o seguinte: esse é meu novo blog. Essas são as minhas idéias e opiniões. Essas são as coisas que eu gosto. Agora eu?

Tudo que posso dizer é que eu sou Pedro.