domingo, 26 de outubro de 2008

Quadro "Cebola e Maki"

No próximo dia 8, meu grande amigo Felipe Leiria, vulgo Cebola, se casará com sua namorada de muito tempo, Makiko. Então, pintei um quadro para dar de presente a eles. E enquanto pintava, orava pedindo por muita felicidade para os dois.

Cebola e Maki, espero que sejam muito felizes!

E aqui está o quadro.

sábado, 4 de outubro de 2008

A morte segundo Charlie Kaufman

Após nos mostrar o que se passa na mente do ator John Malkovich, se adaptar em uma personagem, nos levar para passear pelo lado selvagem de nossa natureza, e expor uma mente sem lembranças, o roteirista Charlie Kaufman faz sua estréia como diretor com o filme “Sinédoque, Nova Iorque”.

“Sinédoque, Nova Iorque” foi o primeiro filme que eu assisti da corrente edição do Festival do Rio, e, como não é de se estranhar para alguém que conheça a obra de Kaufman, o filme é bastante estranho. O filme é uma análise da relação do ser humano com a morte. Uma relação de certeza do que vem e ainda assim de lutar contra. Parafraseando o próprio Kaufman em uma das falas do filme, eu vou morrer, e você também vai. Nós todos vamos morrer, mas ainda assim fingimos que isso não acontecerá.

Sinédoque é a relação de compreensão de se tomar a parte pelo todo ou o todo pela parte, e é exatamente isso que as personagens do filme fazem. Confundindo o que é real pelo fictício e pelo criado, agarrando as pequenas coisas como fundamentais na luta para se agarrar ao que eles não querem perder, a vida.

Charlie Kaufman já se firmou como um dos maiores roteiristas do cinema contemporâneo justamente pela habilidade de contar histórias complicadas de uma maneira não ortodoxa, em relação ao grande cinema hollywoodiano, então não vou me alongar defendendo o roteiro do filme em questão. O filme não é fácil de ser entendido, e nem deve ser já que seu objeto não o é. Porém o estranho humor do autor está sempre presente e os diálogos são brilhantes.

Phillip Seymore Hoffman é brilhante como o protagonista, um diretor teatral que apesar do sucesso profissional assume o estigma de fracassado. Hoffman, que nunca decepciona e só se torna mais interessante com o passar do filme, é ainda cercado por um elenco de apoio fenomenal com grandes interpretações principalmente das atrizes que vivem as mulheres ao redor do diretor.

A direção de Kaufman não revoluciona como seus roteiros, mas também não falha. É uma direção honesta que complementa bem a história. No final, um bom filme que, assim como a obra do roteirista Kaufman, vale a pena ser assistido algumas vezes para que se perceba suas pequenas observações.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Crítica do filme APENAS UMA VEZ

A grande surpresa do ano passado e, em minha opinião, um dos melhores filmes do ano, foi um filme independente irlandês do cineasta John Carney. A proposta é um musical diferente do que o público entende como musical e ainda um romance.

Filmado em vídeo digital com um baixo orçamento, o filme conta a história de um talentoso músico de rua de Dublin, que teve seu coração partido, conhece uma imigrante tcheca que também é uma talentosa música. Ao longo do filme, a amizade dos dois se desenvolve em um romance platônico e em uma parceria musical.

É raro no cinema ver um romance tão sincero quanto o roteirizado por Carney, os personagens, sem nome e creditados apenas como “guy” e “girl”, são pessoas reais e tangíveis que lutam para viver dignamente e tentar realizar seus sonhos. Esse não é um musical onde as personagens conversam com canções, é um musical onde as músicas são apenas músicas, cantadas por personagens que são músicos e se expressam melhor em forma de músicas, sejam cantadas na rua, numa loja de instrumentos musicais, em uma festa, em um estúdio ou no fundo de um ônibus.

As músicas em questão foram compostas e são interpretadas pelo, também irlandês, Glen Hansard e pelo prodígio musical tcheco Marketa Irglova, ambos músicos e atores de primeira viagem, que desenvolvem seus papéis com uma tremenda honestidade e sem a menor pretensão. E essa é a única maneira de como esses personagens poderiam ser interpretados. E a música do filme é excelente, garantindo a Hansard e Irglova o Oscar de melhor música, mesmo competindo com grandiosos musicais da Disney.

O filme é imperdível, um musical sincero e de um realismo invejável que mostra as possibilidades de se contar histórias sinceras e criativas de maneira econômica com os novos meios digitais.

ELEVADOR

Curta realizado em apenas 6 horas no primeiro semestre de 2008 na Universidade Estácio de Sá.

Eu escrevi o roteiro final, e fiquei muito feliz com o resultado.

Crítica do filme VIAGEM À DARJEELING

Viagem a Darjeeling foi o ultimo filme lançado pelo cineasta cult Wes Anderson. O filme estrela Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman como três irmãos que cruzam a Índia. Assim como em seus filmes anteriores, a atenção à arte, os peculiares movimentos de câmera e enquadramentos, e as músicas muito bem escolhidas marcam a obra.

O roteiro, assinado por Anderson, Schwartzman e Roman Coppola, conta a história de três irmãos que não se falam desde o funeral de seu pai, um ano antes, e que decidem cruzar a Índia em uma viagem espiritual. A idéia da viagem é de Francis, Wilson, o irmão mais velho que secretamente guia os irmão ao encontro de sua mãe desaparecida que vive como uma freira em um convento indiano. Os irmãos ainda carregam consigo uma valiosa coleção de onze malas que pertenciam ao seu falecido pai, e uma variedade de medicamentos.

A interpretação desbotada do elenco principal é perfeita para o estilo de direção e fotografia do filme, e brilhantemente complementada pelo elenco de apoio que conta com excelentes atores indianos e americanos, incluindo Anjelica Huston no papel da mãe e uma participação especial de Bill Murray, e a participação de moradores não-atores da região.

Por trás do humor característico das produções do cineasta, Viagem a Darjeeling, conta uma comovente história familiar que satiriza a relação fraternal. Qualquer pessoa que tenha irmãos pode se identificar com características e diálogos do filme, por mais absurdos que sejam.